terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Privataria tucana: quando o silêncio é uma confissão
“O silêncio é uma confissão”, dizia Camilo Castelo Branco. A famosa sentença do escritor português é prefeita para caracterizar o comportamento da nossa mídia hegemônica, monopolizada por meia dúzia de famílias capitalistas, em relação às denúncias contidas no livro “A privataria tucana” do jornalista Amaury Ribeiro Jr.
O silêncio, constrangido e constrangedor, é a norma neste caso e vale também para a intensa movimentação no Congresso Nacional em torno da criação de uma CPI para investigar o escândalo, que envolve grandes somas de dinheiro do povo desviado criminosamente pelos cardeais do tucanato.
Ghost writer
O silêncio foi quebrado, por um ou outro “calunista” da mídia incomodado com as críticas que se multiplicam na internet, exclusivamente para desacreditar a obra e desqualificar seu autor. É o caso do funcionário da Rede Globo e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), posição que alcançou não pelos textos medíocres que produz, mas graças ao poder do veículo que o emprega (Machado de Assis deve arder de remorsos no túmulo ao meditar sobre o destino de sua polêmica criação).
Merval sai a campo de cara limpa em defesa dos tucanos e de José Serra, com apelos e argumentos falsos que foram desmascarados pelo líder petista e advogado José Dirceu e pelo jornalista Luiz Nassif. Nassif desconfia que existe um ghost wreiter (escritor fantasma) por trás do texto, que considera estranho ao estilo de Merval. “Corto um dedo se o ghost writer dessa tertúlia não é o próprio Serra”.
Dois pesos, uma medida
É preciso que a opinião reflita sobre o comportamento da mídia hegemônica, capitalista, que tanto ruído tem feito ao longo dos últimos anos em nome da moralidade pública e do combate à corrupção, veiculando calúnias, denúncias falsas e sem provas (como as que foram feitas contra Orlando Silva, acusado por um bandido e pela revista Veja de receber dinheiro na garagem do Ministério de Esportes: cadê as provas?).
Agora, diante de uma reportagem ampla e rigorosa (um trabalho de 10 anos), recheada de provas e envolvendo desvio de bilhões de reais - valores incomparavelmente superiores a de todas as supostas irregularidades que, segundo as denúncias, teriam sido praticadas nos governos Lula e Dilma -, a resposta da mídia venal é o silêncio ou o sofisma rasteiro.
Não restam dúvidas de que os meios de comunicação de massas monopolizados por meia dúzia de famílias, com a honrosa exceção da Record, usam de dois pesos e uma medida e se comportam como um partido de direita, fazendo juz ao irônico apelido criado pelo jornalista Paulo Henrique Amorim. Trata-se, inegavelmente, de um Partido da Imprensa Golpista, o PIG.
Propósito golpista
Ao acolher e divulgar calúnias o PIB age com o propósito golpista (mal disfarçado) de desacreditar as forças progressistas, em especial os comunistas, e desestabilizar o governo Dilma. Mas vende um peixe podre: a imagem de que defende a ética e os bons costumes.
O silêncio quando o alvo das denúncias é a direita neoliberal, capitaneada pelos tucanos, carrega uma confissão de cumplicidade moral, ideológica e política com a grossa corrupção que mediou a transferência de patrimônio público para a iniciativa privada, com empresas que valem ouro (como a Vale) vendidas a preço de banana.
Identidade com os tucanos
É também reveladora do caráter desta mídia venal a crítica interna da jornalista e ombudsman da Folha de São Paulo, Suzana Singer,que acabou vazando e rendendo bons comentários nas redes sociais.
Singer revela que recebeu, num só dia, 141 mensagens de crítica ao jornal pela matéria publicada sobre o assunto e elencou os cinco motivos das críticas: “1) ter [o texto da Folha] um viés de defesa dos tucanos; 2) não ter apresentado Amaury Ribeiro Jr. devidamente e não tê-lo ouvido; 3) exigir provas que são impossíveis (ligação das transações financeiras entre Dantas e Ricardo Sérgio e as privatizações); 4) não ter esse grau de exigência em outras denúncias, entre as mais recentes, as que derrubaram o ministro do Esporte (cadê o vídeo que mostra dinheiro sendo entregue na garagem?); 5) não ter citado que o livro está sendo bem vendido”.
Além da identidade política e ideológica, interesses mais terrenos ajudam a explicar a conduta do PIG, conforme sugeriu o jornalista Amaury Ribeiro Jr em recente debate sobre o tema promovido pelo Centro de Estudos Barão de Itararé: “Se CPI for aberta, vou avisar que o que está no livro é pequeno. Vai chegar à sociedade a forma como a editora de uma grande revista e veículos de comunicação tiveram dívidas perdoadas depois da privatização", adiantou. A necessidade de uma CPI é mais que óbvia, mas o PIG fará das tripas coração para impedir a apuração e manter, através da conspiração do silêncio, a imundície tucana sob o tapete.
Portal Vermelho
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
domingo, 18 de dezembro de 2011
Encontro internacional de PC's: “O socialismo é o futuro!"
A organização do 13º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários divulgou essa semana a declaração final do encontro realizado entre os dia 9 e 11 de dezembro em Atenas, Grécia.
A situação internacional e a experiência dos comunistas 20 anos após a contra-revolução na URSS. As tarefas para o desenvolvimento da luta de classes nas condições da crise capitalista, das guerras imperialistas e das atuais lutas e levantamentos populares pelos direitos dos povos e da classe operária, o fortalecimento do internacionalismo proletário e da frente anti-imperialista, pelo derrube do capitalismo e a construção do socialismo.”
O Encontro contou com a participação de 78 Partidos de 59 países. Vários Partidos que, por motivos alheios à sua vontade, não puderam estar presentes, enviaram mensagens escritas. Saudamos, a partir de Atenas, as crescentes lutas populares, das quais resulta um enorme potencial emancipador contra o imperialismo, contra a exploração e opressão capitalistas e pelos direitos sociais, laborais e à segurança social dos trabalhadores de todo o mundo.
O Encontro realizou-se em condições complexas, em que a situação internacional continua dominada pela persistente e cada vez mais profunda crise capitalista, bem como pela escalada agressiva do imperialismo expressa nas decisões da Cimeira de Lisboa que aprovou o novo conceito estratégico da NATO. Esta realidade confirma as análises das declarações dos X, XI e XII Encontro Internacionais, realizados no Brasil (São Paulo) em 2008, na Índia (Nova Delhi) em 2009 e na África do Sul (Tshwane) em 2010.
Torna-se cada vez mais óbvio para milhões de trabalhadores que a crise é uma crise do sistema. Não resulta de falhas no sistema, mas da falha que é o próprio sistema, gerando crises periódicas e frequentes. Resulta do aprofundamento da principal contradição do capitalismo, entre o caráter social da produção e a apropriação capitalista privada, e não de uma qualquer versão das políticas de gestão do sistema ou duma qualquer aberração resultante da ganância de alguns banqueiros ou outros capitalistas, ou da ausência de mecanismos de regulação eficazes. A crise põe em evidencia os limites históricos do sistema e a necessidade de fortalecer as lutas por rupturas anti-monopolistas e anti-capitalistas e da superação revolucionária do capitalismo.
O impasse das várias versões de gestão burguesa estão a ser demonstradas nos EUA, Japão, União Europeia e em outras economias capitalistas. Por um lado, a linha de políticas restritivas conduz a uma longa e profunda recessão, enquanto que por outro lado políticas expansionistas com enormes pacotes de ajudas aos grupos monopolistas, ao capital financeiro e à banca, aumentam a inflação e aumentam a dívida pública. O capitalismo converte a insolvência dos grupos econômicos em insolvências soberanas. O capitalismo não tem outra resposta para a crise que não a destruição massiva de forças produtivas e de recursos, os despedimentos em massa, o encerramento de empresas, o ataque global aos salários, pensões e segurança social, a redução dos rendimentos do povo e o aumento exponencial do desemprego e da pobreza.
A ofensiva anti-popular aprofunda-se e manifesta-se com particular intensidade em certas regiões. A concentração e centralização do capital monopolista aprofundam o caráter reacionário do poder econômico e político. A re-estruturação capitalista e as privatizações são promovidas visando a competividade e a maximização do lucro do capital, assegurando uma força de trabalho mais barata e a regressão de décadas no plano dos direitos sociais e laborais.
A intensidade da crise, a sua sincronização global, a perspectiva duma recuperação débil, intensificam as dificuldades das forças burguesas para gerir a crise, conduzindo ao agudizar das contradições e rivalidades inter-imperialistas, ao mesmo tempo que aumenta o perigo de guerras imperialistas.
Os ataques contra os direitos democráticos e contra a soberania intensificam-se em muitos países. Os sistemas políticos tornam-se mais reacionários. Reforça-se o anti-comunismo. Generalizam-se as medidas contra a atividade dos partidos comunistas e operários, contra as liberdades sindicais, políticas e democráticas. As classes dominantes desenvolvem uma tentativa multi-facetada para conter o descontentamento popular através de mudanças nos sistemas políticos, da utilização duma série de ONGs e outras organizações pró-imperialistas, através das tentativas de canalizar o descontentamento popular para movimentos de cariz alegadamente apolítico ou mesmo de características reacionárias.
Saudamos as importantes lutas e levantamentos dos trabalhadores e dos povos pelos direitos sociais, democráticos e políticos, contra os regimes anti-populares no Médio Oriente e no Norte de África, nomeadamente na Tunísia e no Egito. Apesar das contradições que se manifestam na atual situação, tais acontecimentos constituem uma experiência significativa que o movimento comunista deve estudar e utilizar. Simultaneamente condenamos veementemente a guerra imperialista da Otan e da União Europeia contra o povo Líbio, bem como as ameaças e ingerências nos assuntos internos da Síria, do Irão e de qualquer outro país. Consideramos que qualquer intervenção estrangeira contra o Irão, independentemente do pretexto invocado, ataca os interesses dos trabalhadores iranianos e as suas lutas por direitos sociais e liberdades democráticas.
Estes desenvolvimentos confirmam a necessidade de fortalecer os partidos comunistas de forma a poderem desempenhar o seu papel histórico, fortalecendo ainda mais a luta dos trabalhadores e dos povos em defesa dos seus direitos e aspirações, tirando partido das contradições do sistema e das contradições inter-imperialistas, para assegurar uma ruptura ao nível do poder e da economia, que satisfaça as necessidades populares. Sem o papel dirigente dos partidos comunistas e operários e da classe de vanguarda, a classe operária, os povos tornar-se-ão vulneráveis à confusão, assimilação e manipulação por parte das forças que representam os monopólios, o capital financeiro e o imperialismo.
Estão em cursos significativos realinhamentos na correlação de forças mundial. Verifica-se o enfraquecimento relativo da posição dos EUA, uma estagnação geral da produção nas economias capitalistas mais avançadas e a emergência de novas potências econômicas globais, com destaque para a China. Intensifica-se a tendência para o aprofundamento das contradições entre os centros imperialistas e entre estes e as chamadas economias emergentes.
Intensifica-se a agressividade imperialista. Os focos de tensão e guerra regionais multiplicam-se: na Ásia, na África e no Médio Oriente com a crescente agressividade de Israel, em particular contra o povo palestino. Simultaneamente verifica-se a emergência de forças xenófobas e neo-nazis na Europa bem como as intervenções multifacetadas, as ameaças e a ofensiva contra os movimentos populares e as forças políticas progressistas na América Latina. Aumenta o risco de uma conflagração geral ao nível regional. Neste sentido são fundamentais o alargamento e o fortalecimento da frente social e política anti-imperialista e das lutas pela paz na direção da erradicação das causas das guerras imperialistas.
Há duas vias de desenvolvimento:
• a via capitalista, a via da exploração dos povos, repleta de grandes perigos de guerras imperialistas e para os direitos dos trabalhadores e dos povos;
• e a via da libertação com imensas possibilidades para a promoção dos interesses dos trabalhadores e dos povos, para a conquista da justiça social, soberania popular, paz e progresso. O caminho das lutas dos trabalhadores e dos povos, o caminho do socialismo e do comunismo, que é historicamente necessário.
Graças à contribuição decisiva dos comunistas e do movimento sindical de classe, as lutas dos trabalhadores na Europa e em todo o mundo fortaleceram-se. A agressividade imperialista continua a deperarar-se com uma forte e decidida resistência popular no Médio Oriente, na Ásia e na América Latina. Este fato, a par com a experiência acumulada até agora, especialmente na América Latina, e com as lutas e processos em desenvolvimento, demonstra as potencialidades das lutas de resistência e de classe, que, quando assumindo como seu objetivo derrubar a barbárie imperialista, permitem aos povos dar passos em frente e ganhar terreno infligindo derrotas ao imperialismo.
Saudamos as lutas dos trabalhadores e dos povos e assinalamos a necessidade de as fortalecer ainda mais. As condições exigem a intensificação da luta de classes, da luta ideológica, política e de massas de modo a impedir as medidas anti-populares e promover objetivos de luta que correspondam às necessidades atuais dos povos e apontem para uma contra-ofensiva organizada dos trabalhadores por rupturas anti-capitalistas e anti-monopolistas, pelo derrube do capitalismo pondo fim à exploração do homem pelo homem.
Hoje verifica-se um amadurecimento das condições para a construção de amplas alianças sociais anti-monopolistas e anti-imperialistas capazes de derrotar as agressões e a ofensiva multifacetada do imperialismo, de lutar pelo poder e de promover profundas transformações progressistas, radicais e revolucionárias. A unidade da classe operária, a sua organização e uma orientação de classe do movimento operário são fatores fundamentais para assegurar a construção de efetivas alianças sociais com o campesinato, as camadas médias urbanas, o movimento das mulheres e da juventude.
Nesta luta, o papel dos partidos comunistas e operários a nível nacional, regional e internacional, bem como o fortalecimento da sua cooperação, são indispensáveis. A ação conjunta e coordenada dos Partidos Comunistas, das organizações juvenis comunistas, das organizações anti-imperialistas nas quais os comunistas têm uma importante contribuição, constitui um dos mais sólidos elementos para o alargamento da luta anti-imperialista e para o fortalecimento da frente anti-imperialista.
A luta ideológica do movimento comunista é de importância vital para defender e desenvolver o socialismo científico, repudiar o anti-comunismo contemporâneo, fazer frente à ideologia burguesa, às teorias anti-científicas e às correntes oportunistas que rejeitam a luta de classes, e para combater o papel das forças social-democratas que, apoiando a estratégia do capital e do imperialismo, defendem e concretizam políticas anti-populares e pró-imperialistas. A compreensão da natureza unificada das tarefas de luta pela emancipação social, nacional e de classe, pela promoção clara da alternativa socialista, exige uma contra-ofensiva ideológica do movimento comunista.
A superação do capitalismo e a construção do socialismo constituem uma necessidade imperiosa para os povos. Face à crise do capitalismo e às suas consequências, a experiências e práticas internacionais de construção socialista provam a superioridade do socialismo. Sublinhamos a nossa solidariedade para com os povos que lutam pelo socialismo e estão envolvidos na construção do socialismo.
Só o socialismo pode criar as condições para a erradicação das guerras, do desemprego, da fome, da miséria, do analfabetismo, da insegurança de centenas de milhões de pessoa e da destruição do meio-ambiente. Só o socialismo cria as condições para um desenvolvimento consentâneo com as necessidades contemporâneas dos trabalhadores.
Operários, camponeses, trabalhadores da cidade e do campo, mulheres, jovens, apelamo-vos para que lutem junto de nós para pôr fim à barbárie capitalista. Existe uma esperança, existe uma perspectiva. O futuro pertence ao socialismo.
O SOCIALISMO É O FUTURO!
Atenas, 11 de Dezembro de 2011
A situação internacional e a experiência dos comunistas 20 anos após a contra-revolução na URSS. As tarefas para o desenvolvimento da luta de classes nas condições da crise capitalista, das guerras imperialistas e das atuais lutas e levantamentos populares pelos direitos dos povos e da classe operária, o fortalecimento do internacionalismo proletário e da frente anti-imperialista, pelo derrube do capitalismo e a construção do socialismo.”
O Encontro contou com a participação de 78 Partidos de 59 países. Vários Partidos que, por motivos alheios à sua vontade, não puderam estar presentes, enviaram mensagens escritas. Saudamos, a partir de Atenas, as crescentes lutas populares, das quais resulta um enorme potencial emancipador contra o imperialismo, contra a exploração e opressão capitalistas e pelos direitos sociais, laborais e à segurança social dos trabalhadores de todo o mundo.
O Encontro realizou-se em condições complexas, em que a situação internacional continua dominada pela persistente e cada vez mais profunda crise capitalista, bem como pela escalada agressiva do imperialismo expressa nas decisões da Cimeira de Lisboa que aprovou o novo conceito estratégico da NATO. Esta realidade confirma as análises das declarações dos X, XI e XII Encontro Internacionais, realizados no Brasil (São Paulo) em 2008, na Índia (Nova Delhi) em 2009 e na África do Sul (Tshwane) em 2010.
Torna-se cada vez mais óbvio para milhões de trabalhadores que a crise é uma crise do sistema. Não resulta de falhas no sistema, mas da falha que é o próprio sistema, gerando crises periódicas e frequentes. Resulta do aprofundamento da principal contradição do capitalismo, entre o caráter social da produção e a apropriação capitalista privada, e não de uma qualquer versão das políticas de gestão do sistema ou duma qualquer aberração resultante da ganância de alguns banqueiros ou outros capitalistas, ou da ausência de mecanismos de regulação eficazes. A crise põe em evidencia os limites históricos do sistema e a necessidade de fortalecer as lutas por rupturas anti-monopolistas e anti-capitalistas e da superação revolucionária do capitalismo.
O impasse das várias versões de gestão burguesa estão a ser demonstradas nos EUA, Japão, União Europeia e em outras economias capitalistas. Por um lado, a linha de políticas restritivas conduz a uma longa e profunda recessão, enquanto que por outro lado políticas expansionistas com enormes pacotes de ajudas aos grupos monopolistas, ao capital financeiro e à banca, aumentam a inflação e aumentam a dívida pública. O capitalismo converte a insolvência dos grupos econômicos em insolvências soberanas. O capitalismo não tem outra resposta para a crise que não a destruição massiva de forças produtivas e de recursos, os despedimentos em massa, o encerramento de empresas, o ataque global aos salários, pensões e segurança social, a redução dos rendimentos do povo e o aumento exponencial do desemprego e da pobreza.
A ofensiva anti-popular aprofunda-se e manifesta-se com particular intensidade em certas regiões. A concentração e centralização do capital monopolista aprofundam o caráter reacionário do poder econômico e político. A re-estruturação capitalista e as privatizações são promovidas visando a competividade e a maximização do lucro do capital, assegurando uma força de trabalho mais barata e a regressão de décadas no plano dos direitos sociais e laborais.
A intensidade da crise, a sua sincronização global, a perspectiva duma recuperação débil, intensificam as dificuldades das forças burguesas para gerir a crise, conduzindo ao agudizar das contradições e rivalidades inter-imperialistas, ao mesmo tempo que aumenta o perigo de guerras imperialistas.
Os ataques contra os direitos democráticos e contra a soberania intensificam-se em muitos países. Os sistemas políticos tornam-se mais reacionários. Reforça-se o anti-comunismo. Generalizam-se as medidas contra a atividade dos partidos comunistas e operários, contra as liberdades sindicais, políticas e democráticas. As classes dominantes desenvolvem uma tentativa multi-facetada para conter o descontentamento popular através de mudanças nos sistemas políticos, da utilização duma série de ONGs e outras organizações pró-imperialistas, através das tentativas de canalizar o descontentamento popular para movimentos de cariz alegadamente apolítico ou mesmo de características reacionárias.
Saudamos as importantes lutas e levantamentos dos trabalhadores e dos povos pelos direitos sociais, democráticos e políticos, contra os regimes anti-populares no Médio Oriente e no Norte de África, nomeadamente na Tunísia e no Egito. Apesar das contradições que se manifestam na atual situação, tais acontecimentos constituem uma experiência significativa que o movimento comunista deve estudar e utilizar. Simultaneamente condenamos veementemente a guerra imperialista da Otan e da União Europeia contra o povo Líbio, bem como as ameaças e ingerências nos assuntos internos da Síria, do Irão e de qualquer outro país. Consideramos que qualquer intervenção estrangeira contra o Irão, independentemente do pretexto invocado, ataca os interesses dos trabalhadores iranianos e as suas lutas por direitos sociais e liberdades democráticas.
Estes desenvolvimentos confirmam a necessidade de fortalecer os partidos comunistas de forma a poderem desempenhar o seu papel histórico, fortalecendo ainda mais a luta dos trabalhadores e dos povos em defesa dos seus direitos e aspirações, tirando partido das contradições do sistema e das contradições inter-imperialistas, para assegurar uma ruptura ao nível do poder e da economia, que satisfaça as necessidades populares. Sem o papel dirigente dos partidos comunistas e operários e da classe de vanguarda, a classe operária, os povos tornar-se-ão vulneráveis à confusão, assimilação e manipulação por parte das forças que representam os monopólios, o capital financeiro e o imperialismo.
Estão em cursos significativos realinhamentos na correlação de forças mundial. Verifica-se o enfraquecimento relativo da posição dos EUA, uma estagnação geral da produção nas economias capitalistas mais avançadas e a emergência de novas potências econômicas globais, com destaque para a China. Intensifica-se a tendência para o aprofundamento das contradições entre os centros imperialistas e entre estes e as chamadas economias emergentes.
Intensifica-se a agressividade imperialista. Os focos de tensão e guerra regionais multiplicam-se: na Ásia, na África e no Médio Oriente com a crescente agressividade de Israel, em particular contra o povo palestino. Simultaneamente verifica-se a emergência de forças xenófobas e neo-nazis na Europa bem como as intervenções multifacetadas, as ameaças e a ofensiva contra os movimentos populares e as forças políticas progressistas na América Latina. Aumenta o risco de uma conflagração geral ao nível regional. Neste sentido são fundamentais o alargamento e o fortalecimento da frente social e política anti-imperialista e das lutas pela paz na direção da erradicação das causas das guerras imperialistas.
Há duas vias de desenvolvimento:
• a via capitalista, a via da exploração dos povos, repleta de grandes perigos de guerras imperialistas e para os direitos dos trabalhadores e dos povos;
• e a via da libertação com imensas possibilidades para a promoção dos interesses dos trabalhadores e dos povos, para a conquista da justiça social, soberania popular, paz e progresso. O caminho das lutas dos trabalhadores e dos povos, o caminho do socialismo e do comunismo, que é historicamente necessário.
Graças à contribuição decisiva dos comunistas e do movimento sindical de classe, as lutas dos trabalhadores na Europa e em todo o mundo fortaleceram-se. A agressividade imperialista continua a deperarar-se com uma forte e decidida resistência popular no Médio Oriente, na Ásia e na América Latina. Este fato, a par com a experiência acumulada até agora, especialmente na América Latina, e com as lutas e processos em desenvolvimento, demonstra as potencialidades das lutas de resistência e de classe, que, quando assumindo como seu objetivo derrubar a barbárie imperialista, permitem aos povos dar passos em frente e ganhar terreno infligindo derrotas ao imperialismo.
Saudamos as lutas dos trabalhadores e dos povos e assinalamos a necessidade de as fortalecer ainda mais. As condições exigem a intensificação da luta de classes, da luta ideológica, política e de massas de modo a impedir as medidas anti-populares e promover objetivos de luta que correspondam às necessidades atuais dos povos e apontem para uma contra-ofensiva organizada dos trabalhadores por rupturas anti-capitalistas e anti-monopolistas, pelo derrube do capitalismo pondo fim à exploração do homem pelo homem.
Hoje verifica-se um amadurecimento das condições para a construção de amplas alianças sociais anti-monopolistas e anti-imperialistas capazes de derrotar as agressões e a ofensiva multifacetada do imperialismo, de lutar pelo poder e de promover profundas transformações progressistas, radicais e revolucionárias. A unidade da classe operária, a sua organização e uma orientação de classe do movimento operário são fatores fundamentais para assegurar a construção de efetivas alianças sociais com o campesinato, as camadas médias urbanas, o movimento das mulheres e da juventude.
Nesta luta, o papel dos partidos comunistas e operários a nível nacional, regional e internacional, bem como o fortalecimento da sua cooperação, são indispensáveis. A ação conjunta e coordenada dos Partidos Comunistas, das organizações juvenis comunistas, das organizações anti-imperialistas nas quais os comunistas têm uma importante contribuição, constitui um dos mais sólidos elementos para o alargamento da luta anti-imperialista e para o fortalecimento da frente anti-imperialista.
A luta ideológica do movimento comunista é de importância vital para defender e desenvolver o socialismo científico, repudiar o anti-comunismo contemporâneo, fazer frente à ideologia burguesa, às teorias anti-científicas e às correntes oportunistas que rejeitam a luta de classes, e para combater o papel das forças social-democratas que, apoiando a estratégia do capital e do imperialismo, defendem e concretizam políticas anti-populares e pró-imperialistas. A compreensão da natureza unificada das tarefas de luta pela emancipação social, nacional e de classe, pela promoção clara da alternativa socialista, exige uma contra-ofensiva ideológica do movimento comunista.
A superação do capitalismo e a construção do socialismo constituem uma necessidade imperiosa para os povos. Face à crise do capitalismo e às suas consequências, a experiências e práticas internacionais de construção socialista provam a superioridade do socialismo. Sublinhamos a nossa solidariedade para com os povos que lutam pelo socialismo e estão envolvidos na construção do socialismo.
Só o socialismo pode criar as condições para a erradicação das guerras, do desemprego, da fome, da miséria, do analfabetismo, da insegurança de centenas de milhões de pessoa e da destruição do meio-ambiente. Só o socialismo cria as condições para um desenvolvimento consentâneo com as necessidades contemporâneas dos trabalhadores.
Operários, camponeses, trabalhadores da cidade e do campo, mulheres, jovens, apelamo-vos para que lutem junto de nós para pôr fim à barbárie capitalista. Existe uma esperança, existe uma perspectiva. O futuro pertence ao socialismo.
O SOCIALISMO É O FUTURO!
Atenas, 11 de Dezembro de 2011
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
A mídia testa os limites da presidenta Dilma
As denúncias contra o ministro Fernando Pimentel comprovam o que até a grama da Esplanada já sabia, o silêncio petista contra o lacerdismo pós-moderno ia se voltar contra eles.
Na lógica miúda de alguns luminares, a artilharia só atingia os outros, (no caso de Agnelo também, pois ele é cristão novo).
O óbvio ululante se confirma: depois de derrubar os aliados a coligação Veja-Globo-Folha testa os limites da presidenta atirando em alguém de sua cozinha.
Ou Dilma se mexe, agindo além dos estreitos limites dos luminares de seu partido, ou em alguns meses teremos novas eleições onde só quem vota são os donos da mídia.
Publicado no Blog do Gustavo
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Comunistas do DF enviam carta a Lula
Foi aprovada por aclamação durante a 16ª Conferência do PCdoB/DF carta ao ex-presidente Lula. O documento ressalta êxitos alcançados pelo povo brasileiro no período em que ele esteve à frente do país. A carta foi lida na manhã de hoje (3) pela professora Viviane Vinagreiro.
Confira na integra.
Richard Silva
Ao presidente dos brasileiros,
Comunistas solidários com Lula e dona Marisa
Luiz Inácio Lula da Silva
Os delegados e participantes da 16ª Conferência do Partido Comunista do Brasil – Distrito Federal desejam a você plena recuperação. A partir de sua posse na Presidência da República, em 2003, nosso país passou por grandes transformações e vive seus dias mais felizes, com a orientação que seu governo implantou de crescimento econômico com inclusão social e geração de emprego.
Durante seus dois mandatos, o salário mínimo teve aumento real de 74% e quase 13 milhões de famílias receberam o Bolsa Família. O Brasil passou de devedor a credor do Fundo Monetário Internacional, FMI.
Já antes, sob sua liderança, participamos das várias campanhas pela eleição de novas forças democráticas e avançadas no comando do país, desde a Frente Brasil Popular, em 1989. As caravanas realizadas por todo o país apontavam para os brasileiros que nosso país podia ser diferente, altivo no cenário internacional e soberano na adoção de uma política independente, que tivesse no atendimento às sentidas reivindicações do povo o seu eixo condutor.
Com seu permanente diálogo com os trabalhadores e trabalhadoras e com a população, você manteve acesa a esperança e nos levou à vitória em 2002, 2006 e à eleição da primeira mulher para Presidência da República, Dilma Rousseff.
Com gratidão e confiança, torcemos pelo seu breve retorno às praças, para o contato direto com o nosso povo, para que continue a nos liderar na construção de um Brasil digno, justo e progressista.
Como disse o poeta Gonçalves Dias,
"Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar!"
Dona Marisa, um abraço e continue cuidando bem do nosso eterno presidente!
Força, Lula!
Seus camaradas do Partido Comunista do Brasil do Distrito Federal.
Conferência coroa êxito do PCdoB-DF
O Partido Comunista do Brasil no Distrito Federal realizou com êxito, sábado, 3, na Câmara dos Deputados, sua 16ª Conferência Distrital. Cerca de 200 pessoas, entre delegados e convidados, passaram o primeiro sábado do mês de dezembro discutindo o desenvolvimento do Brasil, do DF e os desafios do Partido.
Richard Silva
Representando o Comitê Central, a deputada federa Jô Moraes (MG) saudou os delegados à plenária, “especialmente por vocês construírem o nosso Partido aqui, no coração do Brasil, na nossa capital”. Jô abordou a crise internacional do capitalismo, “que está se agravando ainda mais e quem busca debelá-la são exatamente os seus causadores, que investem contra os direitos sociais dos trabalhadores da Grécia, Espanha, Portugal, Itália e Estados Unidos”. A dirigente nacional destacou a necessidade de o Brasil “construir um novo pacto político para enfrentar a crise. Um pacto para preservar os direitos sociais, valorizar os salários e garantir investimentos em infraestrutura. O enfrentamento da crise deve ser com desenvolvimento, ampliação do consumo popular para contrapor as perdas que teremos no mercado externo. Ousar mais e debelar a crise, com o nosso desenvolvimento”.
Foram eleitos 153 delegados
Augusto Madeira, presidente do PCdoB/DF, apresentou o documento “Promover o Desenvolvimento com Igualdade, Democracia e Sustentabilidade”, que traz as propostas dos comunistas para o desenvolvimento do Distrito Federal. “Nós já somos a sétima economia do país, temos o maior índice de qualidade de vida, mas também somos a unidade federativa com maior desigualdade social. Nosso vigoroso crescimento tem que ser acompanhado de justiça social”, ressaltou Madeira. As propostas estão dividias em cinco eixos: o DF como pólo de desenvolvimento regional sustentável; como pólo do esporte nacional; como pólo de qualidade de vida e bem viver; como pólo cientifico e tecnológico; e como pólo de cultura da paz. Discutida pelos militantes no processo de conferência a resolução política.
Ato políticoCom a presença do governador Agnelo Queiroz; da primeira-dama, Ilza Queiroz; do deputado federal Policarpo, presidente do PT-DF; do presidente do PRB-DF, Roberto Wagner; da secretária da Mulher do GDF, Olgamir Amancia; de Messias de Souza, administrador de Brasília e dos presidentes municipais do PCdoB, o ato político foi o ponto alto da conferência.
Ao relatar a tentativa das forças conservadoras de desestabilizar o governo, Agnelo Queiroz ressaltou a importância do PCdoB e da ampla aliança dos partidos em torno do projeto de mudança no Distrito Federal.
O Partido Socialista Brasileiro (PSB) também destacou lideranças para saudar o evento. “Conhecemos a história do PCdoB, companheiros que tratam a coisa pública com respeito. É importante ter um PCdoB forte, atuando no cenário de Brasília”, enfatizou Marcos Dantas, presidente do PSB-DF. O senador Rodrigo Rollemberg declarou o respeito de seu partido ao PCdoB. “Temos a compreensão da importância de fortalecer os partidos de esquerda”, disse o Senador.
Em viagem para Bruxelas, o senador Cristovam Buarque (PDT) encaminhou mensagem aos participantes do encontro. “Desta vez, lamentavelmente, estou fora de Brasília e não poderei comparecer pessoalmente. Mas não poderia deixar de enviar esta mensagem para manifestar meus respeitos e minhas esperanças com esse partido heróico”.
A conferência foi acompanhada por Fabiana Costa, da secretaria nacional de organização do PCdoB, e por Rafael Hidalgo, representante da Embaixada de Cuba do Brasil e membro do Partido Comunista Cubano.
Organização partidária
Para o secretário de organização, Alan Bueno, os objetivos político-organizativos traçados foram alcançados com êxito. “O PCdoB realizou conferências em 11, das 30 cidades do DF, reuniu mais de 600 pessoas e elegeu 153 delegados”, informou.
Resultado final
Eleita com o voto de quase 100% dos delegados, a nova direção do PCdoB/DF, tem 51 membros e a presença de mais de 37% de mulheres. O advogado Augusto Madeira foi reconduzido à presidência do Partido e elencou os próximos desafios, “temos pela frente as eleições para reitor da UnB, de conselheiros tutelares, das prefeituras do entorno. Essa nova direção dará um tratamento diferenciado aos movimentos sociais.”
Renata Aline e Carlos Pompe, de Brasília
Agnelo prestigia conferência dos comunistas
O PCdoB participa do Governo do Distrito Federal em várias instâncias. Messias de Souza é o administrador de Brasília, Olgamir Amancia é secretária de Mulheres e Paulo Guimarães é o consultor jurídico do GDF. “Nós contamos com o PCdoB para romper com essa estrutura do passado, da quadrilha que dominava Brasília e construir de forma muito unida um novo distrito Federal”, reforçou Agnelo.
Sobre os ataques feitos pela oposição, o governador disse que “as forças conservadoras fizeram uma política excludente, reacionária. Essa foi nossa herança. A oposição não tem coragem de sair às ruas. Eles destruíram o DF e, como não têm o que falar do Governo, fazem um ataque pessoal a mim, com denúncias requentadas, comprando falsos testemunhos. Mas isso não vai diminuir nosso ritmo de trabalho. Esse governo tem objetivo e lado, é pra quem mais precisa de governo, para os trabalhadores, para as mulheres, para os mais carentes.”
Por Renata Aline
Portal Vermelho
Sobre os ataques feitos pela oposição, o governador disse que “as forças conservadoras fizeram uma política excludente, reacionária. Essa foi nossa herança. A oposição não tem coragem de sair às ruas. Eles destruíram o DF e, como não têm o que falar do Governo, fazem um ataque pessoal a mim, com denúncias requentadas, comprando falsos testemunhos. Mas isso não vai diminuir nosso ritmo de trabalho. Esse governo tem objetivo e lado, é pra quem mais precisa de governo, para os trabalhadores, para as mulheres, para os mais carentes.”
Por Renata Aline
Portal Vermelho
sábado, 3 de dezembro de 2011
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